quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Tesouros do Bacião IV


O “Tesouro” de hoje entra nos dois quesitos que utilizo nessa série: é um disco subestimado e é um disco que ainda se acha a preços muito camaradas nas lojas e sebos. Quando se fala em Jorge Ben (Jor), os discos que vêm à lembrança são seus primeiros discos pela Philips nos anos 60, ou o Bidu – Silêncio No Brooklin, que ele gravou para a Rozenblit em 1967, ou o Tábua de Esmeralda, clássico absoluto de 1974, entre outros igualmente cobiçados e que são vendidos a valores de “três dígitos” em suas edições originais. Porém, há um disco que é, curiosamente, ignorado pelos colecionadores em sua maioria, e que, pra mim, não deixa nada a dever aos outros álbuns citados.

Jorge Ben – 10 Anos Depois (1973)


Entre 1969, ano do seu retorno à Philips, e 1977, Jorge Ben lançou discos que se tornaram antológicos na História da música brasileira. Discos que entram em qualquer antologia de respeito do som brazuca, como o de 1969 (País Tropical), o Negro É Lindo (1971) o Ben (1972), o Africa Brasil (1977) etc. E, em 1973, Ben lança o 10 Anos Depois, que consiste de regravações de músicas já por ele consagradas. E, para se ter uma ideia de como esse disco é subestimado, a única fonte de informação a respeito dele que tenho é justamente o LP original – não existe informação nenhuma na internet sobre ficha técnica, músicos que participaram das gravações, história do disco etc. O máximo que encontrei, nas minhas pesquisas, foi a lista de faixas e uma ou duas linhas sobre o disco. Uma pena.

O ábum consiste de 7 “medleys”, com alguns dos sucessos de Jorge Ben até ali. E, o que faz desse disco tão especial, são os novos arranjos dados a essas músicas. Nessas regravações, elas ganharam um “punch”, virando uma espécie de “heavy samba-rock”. É, sim, um dos grandes itens da discografia do Jorge Ben, de um período inspiradíssimo de sua carreira e que merecia um lugar de mais destaque. Mais um “Tesouro” imperdível.



   

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