O “Tesouro” de hoje
entra nos dois quesitos que utilizo nessa série: é um disco
subestimado e é um disco que ainda se acha a preços muito camaradas
nas lojas e sebos. Quando se fala em Jorge Ben (Jor), os discos que
vêm à lembrança são seus primeiros discos pela Philips nos anos
60, ou o Bidu – Silêncio No Brooklin, que ele gravou para a
Rozenblit em 1967, ou o Tábua de Esmeralda, clássico absoluto de
1974, entre outros igualmente cobiçados e que são vendidos a
valores de “três dígitos” em suas edições originais. Porém,
há um disco que é, curiosamente, ignorado pelos colecionadores em
sua maioria, e que, pra mim, não deixa nada a dever aos outros
álbuns citados.
Jorge Ben – 10 Anos
Depois (1973)
Entre 1969, ano do seu
retorno à Philips, e 1977, Jorge Ben lançou discos que se tornaram
antológicos na História da música brasileira. Discos que entram em
qualquer antologia de respeito do som brazuca, como o de 1969 (País
Tropical), o Negro É Lindo (1971) o Ben (1972), o Africa Brasil
(1977) etc. E, em 1973, Ben lança o 10 Anos Depois, que consiste de
regravações de músicas já por ele consagradas. E, para se ter uma
ideia de como esse disco é subestimado, a única fonte de informação
a respeito dele que tenho é justamente o LP original – não existe
informação nenhuma na internet sobre ficha técnica, músicos que
participaram das gravações, história do disco etc. O máximo que
encontrei, nas minhas pesquisas, foi a lista de faixas e uma ou duas
linhas sobre o disco. Uma pena.
O ábum consiste de 7
“medleys”, com alguns dos sucessos de Jorge Ben até ali. E, o
que faz desse disco tão especial, são os novos arranjos dados a
essas músicas. Nessas regravações, elas ganharam um “punch”,
virando uma espécie de “heavy samba-rock”. É, sim, um dos
grandes itens da discografia do Jorge Ben, de um período
inspiradíssimo de sua carreira e que merecia um lugar de mais
destaque. Mais um “Tesouro” imperdível.
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