Hi, fellas!
Após um longo e
tenebroso inverno cheio de trabalho e compromissos e vazio de ideias,
retomo os trabalhos nesse humilde espaço pra falar sobre aquilo que
me move desde que me conheço por gente: música. E, hoje, começo
uma série que tem como objetivo falar sobre discos muito legais, mas
que são subestimados ou que ficam esquecidos nos “baciões” dos
sebos e são vendidos a preços ridículos.
Inicio então com um
disco clássico da música brasileira:
Zizi Possi – Sobre
Todas As Coisas (1991)
Vamos voltar uns dois
anos antes do lançamento desse disco, 1989, quando Zizi lançou o
álbum “Estrebucha Baby”. Um disco totalmente fora dos padrões
do “pop de FM” que a cantora havia feito pela Polygram até
então, com repertório mais sofisticado e arranjos elaborados.
Lembremos que essa era a época do estouro da lambada e do sertanejo,
e a MPB já não vivia seus melhores dias, mercadologicamente
falando. Consequentemente, “Estrebucha Baby” foi um fracasso de
vendas, resultando na saída de Zizi Possi da Polygram. 1989 foi
também o ano de outros rompimentos na vida da cantora, como o fim do
seu casamento com o produtor Luiz Gadelha e seu retorno a sua cidade
natal, São Paulo.
Em 1990, Zizi Possi
estréia o espetáculo “Sobre Todas as Coisas”, que resultaria no
disco de mesmo nome, no ano seguinte. Tanto o show quanto o disco são
exemplos claros de que “menos” pode ser “mais”. Zizi é
acompanhada de uma formação enxutíssima, apenas percussão (muitas
vezes apenas pandeiro, magistralmente tocado por Marcos Suzano),
violoncelo, violão e charango (pilotados por Lui Coimbra) e piano
(tocados, no disco, por Jetter Garotti, Alex Meirelles e Pier
Francesco Maestrinni). E um repertório escolhido a dedo: aqui
encontramos interpretações sublimes de clássicos como “Com Que
Roupa”, “Sentimental Demais”, “Rebento” e “O Que É O Que
É”. Lançado pelo pequeno selo Eldorado, o disco foi um
surpreendente sucesso de público e crítica, ganhando vários
prêmios. Enfim, um disco clássico da música brasileira que (graças
a Deus!) ainda não ganhou o “hype” de raridade e ainda se acha a
preços muitos interessantes nos sebos pelaí. Imperdível!
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