quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Tesouros do Bacião

Hi, fellas!

Após um longo e tenebroso inverno cheio de trabalho e compromissos e vazio de ideias, retomo os trabalhos nesse humilde espaço pra falar sobre aquilo que me move desde que me conheço por gente: música. E, hoje, começo uma série que tem como objetivo falar sobre discos muito legais, mas que são subestimados ou que ficam esquecidos nos “baciões” dos sebos e são vendidos a preços ridículos.


Inicio então com um disco clássico da música brasileira:

Zizi Possi – Sobre Todas As Coisas (1991)


Vamos voltar uns dois anos antes do lançamento desse disco, 1989, quando Zizi lançou o álbum “Estrebucha Baby”. Um disco totalmente fora dos padrões do “pop de FM” que a cantora havia feito pela Polygram até então, com repertório mais sofisticado e arranjos elaborados. Lembremos que essa era a época do estouro da lambada e do sertanejo, e a MPB já não vivia seus melhores dias, mercadologicamente falando. Consequentemente, “Estrebucha Baby” foi um fracasso de vendas, resultando na saída de Zizi Possi da Polygram. 1989 foi também o ano de outros rompimentos na vida da cantora, como o fim do seu casamento com o produtor Luiz Gadelha e seu retorno a sua cidade natal, São Paulo.


Em 1990, Zizi Possi estréia o espetáculo “Sobre Todas as Coisas”, que resultaria no disco de mesmo nome, no ano seguinte. Tanto o show quanto o disco são exemplos claros de que “menos” pode ser “mais”. Zizi é acompanhada de uma formação enxutíssima, apenas percussão (muitas vezes apenas pandeiro, magistralmente tocado por Marcos Suzano), violoncelo, violão e charango (pilotados por Lui Coimbra) e piano (tocados, no disco, por Jetter Garotti, Alex Meirelles e Pier Francesco Maestrinni). E um repertório escolhido a dedo: aqui encontramos interpretações sublimes de clássicos como “Com Que Roupa”, “Sentimental Demais”, “Rebento” e “O Que É O Que É”. Lançado pelo pequeno selo Eldorado, o disco foi um surpreendente sucesso de público e crítica, ganhando vários prêmios. Enfim, um disco clássico da música brasileira que (graças a Deus!) ainda não ganhou o “hype” de raridade e ainda se acha a preços muitos interessantes nos sebos pelaí. Imperdível!




  

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